«Quarta-feira, 12h45, o presidente do Getafe, a propósito da contratação do guarda-redes do Sporting, Stojkovic, revelou, em conversa com um jornalista do DN e sem ninguém lho perguntar, que Quim, guardião do Benfica, estivera na lista de contratações do clube espanhol.
Ángel Torres, em conversa fluente, confidenciou que o Getafe recolhera informações junto de Quique Flores sobre o internacional português e que o treinador dos benfiquistas, com passado no Getafe, lhe dera as melhores indicações – “experiente, veterano e com presença em campo” – e lhe tinha dito que não teria problemas em “prescindir” dele, uma vez que tinha três guarda-redes de qualidade semelhante.
Instado a repetir as afirmações, Ángel Torres reproduziu-as e até estranhou a insistência do jornalista.
Depois do almoço, nesse mesmo dia, o Benfica foi contactado para reagir a tais informações: a resposta foi rápida e negava que Quique Flores tivesse falado ao Getafe sobre Quim.
Mais tarde, porém, cerca das 21h30, um elemento do clube ligou ao jornalista do DN com uma proposta: queria negociar a retirada da peça em questão e em troca prometia um exclusivo, sem revelar qual.
Na conversa, revelou que o clube já sabia daquelas declarações do presidente do Getafe ao nosso jornal, que elas eram verdadeiras, mas tentou sensibilizar o jornalista com a provável desestabilização de Quim e do plantel perante a reprodução das mesmas pelo jornal. Mas desistiu perante a recusa absoluta do jornalista.
No dia seguinte, quinta-feira, uma rádio conotada com o Benfica colocou no ar declarações rápidas do presidente do Getafe em que confirma que Quim foi oferecido mas desmentia, numa frase inacabada, ter falado com Quique Flores.
Acto continuo, o site do Benfica emitia uma comunicação em que o clube dizia estranhar as declarações proferidas ao DN.
A pesada máquina de marketing encarnada funcionou... mais uma vez.
O que teria acontecido se o DN tivesse aceite o exclusivo?
E quantos exclusivos destes não atrapalham as noticias?»
in Diário de Notícias, 31/01/2009
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Uma notícia destas fala por si, pondo a nu a forma despudorada como o SLB "cozinha" as notícias com os órgãos de comunicação social.
De facto, é preciso muito à vontade para negociar as notícias desta maneira.
Velhos hábitos...
Mas, já agora, qual será a rádio conotada com o Benfica?
Ou melhor, há alguma rádio ou televisão portuguesa que não seja conotada com os encarnados?
com a devida vénia ao http://reflexaoportista.blogspot.com/
2 comentários:
muito bom !
18-02-2009 FUTEBOL
Jornalista de café
Podem acusar o Labaredas de plágio, mas a reprodução até não deixa de ser irónica. «Por incrível que possa parecer», há um jornalista (?) de TV que lança uma notícia com a sua opinião e deixa os factos para segundo plano. Ontem, quem viu o Jornal Nacional da TVI ficou a saber que o pivot acha «incrível» o que devia merecer-lhe unicamente equidistância. É o que dá a clubite aguda.
Trata-se de mais um vermelho por dentro e por fora. Nunca o escondeu. Escusa é de o demonstrar no cumprimento de tarefas profissionais que lhe exigem isenção, rigor e objectividade. Que era mau a escolher clubes já todos sabíamos. Descobrimos agora que também deixa a desejar enquanto jornalista.
«Pedro Proença, árbitro do F.C. Porto-Benfica, teve nota negativa pelo seu desempenho no clássico, mas, por incrível que possa parecer, em causa não está o penálti inexistente que permitiu ao F.C. Porto empatar a partida».
«Incrível?» «Inexistente?» Não terá confundido o estúdio com a mesa do café?
"LABAREDAS"
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